sábado, 2 de maio de 2009

O TERCEIRO SEXO (amor entre iguais)

Francisco morava em uma cidadezinha no interior de Minas e não se sentia muito bem com os olhares das pessoas que o viam passar e nem dos cochichos das beatas quando entrava na igreja aos domingos.Era muito católico e gostava de frequentar a paróquia sempre, no entanto , sentia que as pessoas o tratavam de maneira diferente. Na verdade, Francisco era um rapaz "diferente". Não gostava de nada que agradava aos rapazes de sua idade, que logo que faziam a maioridade , iam ao puteiro e começavam a vida sexual. Êle não. Não quisera ser iniciado desta forma no sexo , pois sentia uma certa "aversão" a mulheres. Costumava masturbar-se bastante e em seus pensamentos , sempre vinha a figura de um homem qualquer , as vezes até o próprio frei da paróquia . Na cidadezinha , havia uma jovem que gostava muito do rapaz , mas êle a ignorava . Resolvera que ficariam amigos e conversando , a jovem confidenciara-lhe que gostava mesmo era de moças como ela , mas parecia que só ela era "diferente" naquele lugar . O menino que crescera depressa , nada falara sobre a sua vida . Não confiava em ninguém , menos ainda em uma garôta que parecia querer arrancar-lhe seu maior segredo . Era desconfiado como todo mineiro. Nem à sua mãe , que era sua amiga , êle conseguira contar o que guardava a sete chaves dentro do seu peito e da sua cabeça e que tanto o amargurava. Sabia que , apesar de tanto amor que sua mãe sentia por êle , não entenderia . Afinal , era o filho mais velho na família de sete filhas e três filhos homens , sendo êle o mais velho de todos eles . Também não queria dar desgôsto à mãe que sempre perguntava-lhe quando iria apresentar a sua namorada . Era uma cobrança inútil . Com o passar do tempo, sentindo-se vítima de preconceito , não que fosse um rapaz que desmunhecasse ou "desse pinta", mas por não namorar moças , resolvera dar um jeito em sua vida . Trabalhava em uma farmácia como atendente e tinha uns trocados guardados .Sua família , humilde e paupérrima , não queria , mas ele decidira partir daquele lugarejo , onde sentia-se preterido pelos demais e não conseguia fazer um amigo que o entendesse . Fora até a estação rodoviária e comprara uma passagem para o Rio de Janeiro , contrariando toda a sua família . Partira daquele lugar com os olhos marejados de lágrimas , pela dor e pela saudade que já estava sentindo de todos a quem deixara para trás. Seus pais , irmãos e avós . No entanto , não poderia mais viver ali , cercado de preconceito e rejeição . Chegando ao Rio de Janeiro , com as poucas economias que levara , e mais o dinheirinho que a avó e mãe lhe deram , procurou uma pensão . Assustara-se com o tamanho da cidade e com a altura dos prédios. Pensava em como alguém poderia viver num "puleiro" daqueles . Passou a viver ali , no centro da cidade e logo conseguiu uma ocupação em uma farmácia , pois o dono da farmácia em que trabalhara , dera-lhe uma carta de apresentação . Durante a noite , a princípio , ficava dentro do quartinho e sozinho , pensava em sua vida. Num dia de folga , resolvera ir à praia e conhecer melhor a cidade do Rio de Janeiro . Era domingo . Francisco estava nervoso pois aquela cidade , aos seus olhos parecia imensa em comparação ao lugarejo que morara a vida inteira . Era um moço muito bonito.Tinha cabelos muito lisos e pretos , seus olhos eram muito verdes e tinha um físico esbelto . Era alto e tinha um porte de pessoa que se alimentava muito bem . De fato . Sua família vivia do que plantava e êle tinha boa saúde . Sua pele era macia e sem manchas , no entanto , suas mãos calejadas , denunciavam o trabalho pesado com a enxada , que fazia em sua folga para que o pai descansasse . Ficou na praia durante toda a manhã. Sua pele era morena , mas podia-se ver que tomara sol em demasia. Na volta , indo para a sua parada , fora abordado por um rapaz carioca , de pele curtida de sol , que vinha voltando da praia . Conversaram e o coração de Francisco batia acelerado. Sentira que o moço queria ter com êle algo mais que amizade. Fora direto e claro . Porém Francisco tinha receio . Nunca havia se relacionado com ninguém e sequer sabia o que fazer . Perseu morava próximo à praia e convidara-lhe para dar um pulinho em sua casa. Francisco , meio assustado , desconfiado , mais muito curioso , aceitara . Ali começaria um romance entre os dois. Ficaram na casa de Perseu , que já era "mestrado" no assunto e assim , a verdadeira virgindade do jovem mineiro fora excluída de sua vida. Chegando ao apartamento ,seu coração batia acelerado e descompaçado . Perseu oferecera-lhe um lanche . Estava com fome e aceitou. Ao chegar , aproximara-se da janela do décimo primeiro andar e quando viu que era uma altura extremamente grande , sentira um frio na espinha . Qua altura imensa ! Muito rápido afastara-se assustado . Não queria mais chegar perto daquela janela .Que coisa horrível ! Depois os dois começaram a conversar , apesar de Francisco conversar pouco . De repente , Perseu aproximou-se dele e dera-lhe um beijo na bôca e fora correspondido . O coração do jovem batia acelerado . Era uma coisa que êle na verdade sonhara , mas que nunca pensara que aconteceria de fato .
O beijo que não foi dado ,Na bôca que já queria ,Tornou o beijo tomado ,Sua maior energia ...No corpo um frio mêdo ,Receio da alegria ,O sonho realizado ,Na bôca que êle sentia ...O corpo arrepiado ,E de tesão já tomado ,Os olhos foram fechados ,Pela real fantasia ...
Perseu chamou-o para irem ao banho . Francisco timidamente tirou a roupa e entrou no chuveiro . Ficara embasbacado com o luxo que tinha aquele banheiro . Torneiras douradas , prateleiras para toalhas , lugar certo para sabonete , cheiro de limpeza , perfume de flores , coisa que em sua casa , em Minas não tinha mesmo. O banheiro lá era fora da casa e nem era chamado de banheiro , mas sim de "casinha" . O espelho tomava toda a parede e havia uma banheira grande , coisa que o jovem interiorano jamais vira . A água quente , era o sonho do rapaz pois tomava banho de bica . Banho quente... só quando o fogão de lenha era aceso . Lá Perseu começou a acariciar-lhe todo o corpo e tocou-lhe o pênis com as duas mãos. Fizera com que êle tocasse o seu membro com a bôca . Coisas da natureza , Francisco sugarara-lhe o pênis como se sempre fizera aquilo . Beijaram-se muito embaixo do chuveiro e Perseu lambia todo o seu corpo , lambendo o seu ânus de uma forma deliciosa e ,tocando-lhe o sexo com a bôca e numa ganância que fizera Francisco gemer alto , num quase orgasmo , de uma maneira a deixar-lhe enlouquecido . Acariciáva-lhe o peito com a língua e mordia os seus ombros . Francisco sentia um tesão imenso e enlouquecedor. Já havia imaginado aquele momento , mas não tinha noção da dimensão do poder do toque de um homem em seu corpo . Românticamente , Perseu o chamara para o quarto e lá pedira para que Francisco o penetrasse e tomasse seu corpo de forma voraz e firme . Pela primeira vez , Francisco estava tendo contato com um homem como êle . Não era mais a lembrança do frei da paróquia que o excitava , mas sim um ser real e quente . Podia sentir o cheiro que exalava daquele corpo másculo e cheio de vigor . Perseu gemia alto ao sentir o membro duro e a tomada forte de Francisco , que por sua vez sentia a mão desesperada do seu parceiro a tocar-lhe o ânus , pois a posição que estavam era a de "frango assado" , que permite que todas as partes do corpo , sejam exploradas. Os beijos eram demasiadamente frenéticos e a sensação que Perseu tinha era que encontrara o homem da sua vida.
O corpo já saciado ,Pelo corpo de um igual ,Sentia-se de desejo tomado ,Um desejo bem normal ..O corpo pedia mais ,Mais do corpo que sentia ,Sua pele se aquecia ,Pela pele do outro ser ...Ah que coisa mais gostosa !Que bôca deliciosa !Pensou:vale a pena viver...O cheiro , o gosto , o tesão ,Enchiam-lhe o coração ,Desejou então se perder ...
Perseu tinha condições financeiras . Seu apartamento era próprio e luxuoso . Morava ali sozinho , num bairro nobre da cidade. Dez anos mais velho que Francisco . Era promotor público . Entre beijos, cheiro de macho , e sentimentos , Francisco se deixara tomar por Perseu , que penetrou-lhe aquele pênis imenso e teso e foi à loucura . Enquanto suas mãos tocavam o corpo um do outro , suas línguas se encontravam num beijo prolongado e cheio de paiixão . O coração daquele jovem do interior estava sendo tomado de uma enchente de felicidade . Não tinha nenhuma maldade. Não fora alertado por ninguém quanto ao que poderia encontrar pela frente naquela cidade . Só ouvira que precisava ter cuidado com o trânsito , pois onde morava , não tinha acesso a nenhuma notícia , pois lá não havia televisão .
O receio fora embora ,Já que envolvido estava ,E na bôca que beijava ,Sentia gosto de vida...Nada mais maravilhoso ,Sentir-se realizado ,Pelo amor transformado ,No que de verdade é ..Assumindo o sentimento ,Que guardara a vida inteira ,Sentia naquele momento ,A felicidade verdadeira...Já nem pensava no que antes ,O fazia sentir diferente ,Esquecera aquela gente ,Que o olhava de lado...O rapaz do interior ,Conhecera o amor ,E agora sentia-se amado...
Perseu estava deslumbrado ao saber que encontrara um homem que era bonito e muito gostoso . Deram-se por diversas vezes . Francisco penetrou o quanto desejou o corpo másculo e sarado de Perseu que também deixara-lhe marcas no peito de mordidas e beijos chupados . Quando foi anoitecendo , depois de um cochilo , ambos recomeçaram com carinhos e a excitação recomeçou . A bôca de Francisco parecia dormente de tanto que beijara . Seus lábios estavam quentes do sol que tomara em demasia . Estava louco para ser penetrado outra vez por aquele homem que de certa maneira para êle era um presente dos deuses . Desejara tanto encontrar alguém que fosse como êle ..."diferente" ! e encontrara... Gastaram uma caixa de camisinha ! Perseu ficara apaixonado e num impulso , convidara Francisco para viver com êle ali , no apartamento . No entanto , Francisco temia que pudesse não ser bom para a sua vida , ter alguém assim a viver com êle . Afinal era pobre e vivia numa pensão mal cheirosa e fria . Era bastante desconfiado . Perseu o levara para casa e entrara na pensão . Ficara horrorizado com as condições em que vivia aquele rapaz e determinou que juntariam as coisas e que iriam para o apartamento . Meio que sem jeito , Francisco aceitou e só não fica feliz , quando não sabe onde está Perseu que demora na rua e fica a dúivida; "se Perseu está comendo ou dando para alguém ".(coisa de ciúme)... Fora isso , Francisco é muito feliz . Entrou num curso e agora está preste a fazer vestibular de farmácia . Trabalha numa casa de ferragens a contra gosto de seu companheiro . Os dois usam camisinha sempre , pois Perseu o alertou em relação ao perigo que ronda o prazer que acompanha o sexo . Sempre que pode , visita seus pais ,irmãos e avós na cidade que o rejeitara. Contudo , Francisco guarda boas lembranças daquele lugar , afinal , fora ali que crescera e se fizera homem . Leva lembranças para as irmãs e um dinheirinho para a sua mãe sempre que tem uma oportunidade de viajar . E ainda mata as saudades de todos . Vive muito feliz ao lado de Perseu . Um verdadeiro amor entre iguais !!!

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